sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Visitas ao Jardim Aquático - 2º Capítulo

Visitas ao Jardim Aquático - 2º Capítulo

As Plantas e as suas necessidades
Pesquisa e Adaptação: Mário d'Araújo


As Plantas e as suas necessidades

A fotossíntese
O crescimento das Plantas só é possível graças à Fotossíntese, que numa linguagem que creio mais acessível, significa que sob o efeito da Luz (vejam a linha de lâmpadas da sera) absorvem gás Carbónico (CO2) e libertam Oxigénio (O2).

Passo-vos a informação do sistema de distribuição de CO2 da sera:















Nas imagens acima podem ver à esquerda o seramic, controlador do pH e da distribuição do CO2, enquanto que na da direita Vos mostro o sistema básico de fertilização também da sera. Aconselho a utilização dos dois em conjunto, pois a conexão está prevista pelo fabricante.

Na imagem acima podem também ver o Sistema de Fertilização Básico, que utiliza as Pastilhas de CO2 e um Difusor do mesmo, sendo também mais económico

Num aquário, estas reacções químicas devem encontrar as melhores condições possíveis, pois tornam-se e são realmente muito importantes. Por um lado, o Oxigénio que é absorvido pelos animais e pelas bactérias do filtro biológico
durante a respiração, e, por outro o Dióxido de Carbono que influencia directamente o pH pois acidifica a água.
Durante a noite, ausência de Luz, a Fotossíntese é interrompida e ficamos na presença da respiração, pela qual as Plantas e os animais consomem Oxigénio e libertam CO2.

Para que as Plantas já instaladas se possam desenvolver de forma saudável e possam pois desempenhar as funções a que se destinam, convém não esquecer os seguintes pontos:




A Luz

E aqui Vos deixo a indicação das lâmpadas da sera, que podem combinar de acordo com as indicações do fabricante.

O Dióxido d e Carbono

Assunto abordado no início deste artigo.







O Solo do Aquário e Substâncias Nutritivas










E nesta imagem o sera floredepot que tem dado muito bons resultados em muitos aquários cujos proprietários por ele optaram


A Luz

Duração:
As Plantas tropicais, nos locais de origem, recebem de 12 a 13 horas de iluminação diária. Este período de tempo deve ser respeitado nos Vossos aquários e de forma contínua. Não devem dividir a Iluminação por vários intervalos de tempo ao longo do dia, como por ex: das 10.00 às 16.00 e depois das 20.00 às 24.00. Como conselho
devem ajustar o tempo de Iluminação ao período de te mpo que mais passam perto do aquário. Se chegarem a casa mais tarde regulem-na das 12.00 às 24.00 ou das 13.00 à 01.00, ou quaisquer outros que se conjuguem com o Vosso dia.

Notem que a exposição dos aquários à Luz do Sol é de evitar, pois esta provocará um desenvolvimento que se tornará incontrolável das Algas e Microalgas verdes.

Intensidade:
Geralmente utilizados por todos, os tubos fluorescentes do tipo hortícola e já acima referi uma linha, são a forma mais simples e económica de conseguir uma iluminação mais ou menos equilibrada, não esquecendo que a potência in
stalada não deve ser inferior a 1 watt por cada 3 litros de água, o que e como exemplo, nos dá para um aquário de 200 litros 2 a 3 lâmpadas de 30W (90cm de comprimento) para uma profundidade máxima de 50cm. Não é possível colmatar a falta de intensidade luminosa com períodos de il uminação de maior duração. No caso de haver e existem mesmo, problemas, aconselhem-se com o ou os Vossos fornecedores, não esquecendo que devem trocar as lâmpadas a cada ano que passa e regulem o Temporizador (relógio onde ficarão ligados os ou o candeeiro) de modo a que os Vossos aquários vos mostrem que ‘acertaram’.

Os tubos fluorescentes têm uma duração qu
e oscila de 1 a 2 anos e devem ser mudados regularmente, mas tenham o cuidado de não os mudar todos ao mesmo tempo, portanto alternadamente. Também não se podem esquecer que ao fim de 6 meses a potência luminosa de um tubo fluorescente já diminuiu cerca de 30% e a modificação das cores do Espectro Luminoso é limit ativa pois ‘trava’ o crescimento das Plantas.

Notas à margem:
Apesar do aparecimento das lâmpadas de vapor de Mercúrio (tipo HQL), potentes e adaptadas às necessidades da Flora, o conceito tradicional do reflector sobre o aquário leva à utilização da luz fluorescente. Exceptuam-se os casos dos
aquários com mais de 60cm de altura de água (medida da areia até à superfície) e são de aconselhar para água salgada.

Muitas outras hipóteses Vos surgirão regularmente destinadas à Flora, todas possuindo no conjunto uma radiação mais forte nas zonas Azuis e Vermelhas do Espectro, essenciais ao bom crescimento das Plantas.

As diferentes marcas existentes dão resultados similares, podendo no entanto acentuar mais ou menos as cores dos Peixes ou da decoração
. Os critérios estéticos devem ser tomados em consideração pois podem sempre comprar o que se descobrirá ser uma decepção. Por exemplo, os Ciclídeos do Lago Malawi, de colorações Azul intenso, perdem beleza sob iluminações tipo Luz do Dia e ou HQ L, e, aqui Vos deixo a informação por mim testada e comprovada que a instalaç ão de 1 lâmpada Actínica, a sera deep sea special, lhes dá um óptimo aspecto e ao mesmo tempo melhoria da qualidade de vida.

O Gás Carbónico

O Dióxido de Carbono é o elemento base
na Fotossíntese, que sob o efeito da Luz é permanentemente assimilado pelas Plantas como nutriente e factor de crescimento. Ao mesmo tempo as Plantas só consomem outros nutrientes, na presença em proporções correctas ( ver o sera seramic) do CO2.

Se este gás na atmosfera é inesgotável, o mesmo não sucede dentro de água. Então num meio fechado como é o aquário, em que só é originado pela respiração dos animais e pela actividade das bactérias ‘filtrantes’, existe em concentrações muito baixas. Também o uso de Pedras Difusoras e as saídas de água dos filtros motorizados, contribuem para a sua eliminação.

Torna-se indispensável manter uma concentração de CO2 suficiente para as Plantas, muito em particular nas águas de pH e kH elevados.

Por isso uma distribuição complementar de CO2 é, regra geral, indispensável para um crescimento vigoroso das Plantas. Isto tornou-se possível com os ‘kit’ de CO2 (disponíveis no mercado e que já referi no início deste artigo) que geralmente incluem um Difusor, pastilhas ou garrafa, sendo mais ou menos simples de instalar. Preços? Daria um outro artigo pelo que o melhor é visitarem as lojas da especialidade.

Noutras linhas já expliquei, ou pelo menos tentei, as relações entre o CO2 e o pH e a dureza de Carbonatos (o kH), bem como o modo de corrigir ou intervir, se necessário.

Como regra vamos admitir que uma água que apresenta valores médios favoráveis aos Peixes (pH de valor próximo da neutralidade), deverá apresentar uma taxa de CO2 oscilando entre 5 a 15 mg/l. Valores inferiores são insuficientes p
ara o desenvolvimento das Plantas, e, valores superiores causarão, a médio prazo, problemas e mesmo a morte dos Peixes. Devem adquirir um bom teste (permanente ou não) de CO2.

E nada como um bom exemplo (acima) para Vocês conhecerem e utilizarem.

O Solo e as Substâncias Nutritivas

O Solo:
Devem escolher materiais neutros (como o Quartzo ou a Sílica) deixando de lado os materiais Calcários (a não ser que a Vossa escolha sejam os Vivíparos ou os Ciclídeos Africanos). As misturas enriquecidas com compostos orgânico s,
um deles os Fosfatos, devem ser evitadas pois originam fermentações e regra geral a proliferação de algas. A minha sugestão é a aplicação do sera floredepot directamente sobre o vidro do fundo e depois cobri-lo com a areia que escolheram.

A granulometria oscilando entre os 2 e os 3mm é a mais comum. Mais fina poderá a chegar ao ponto (colmatação) de impedir ou dificultar a circulação da água ao nível das raízes, e, ao mesmo tempo um solo demasiado compacto pode originar o apodrecimento dos pés das Plantas. No caso da não instalação de um filtro de fundo, a utiliza ção dos chamados aquecimentos de Terrário (cabos térmicos) por baixo da areia, criará c
orrentes ascendentes da água aquecida por eles, mantendo assim as raízes à temperatura desejada, ou seja: igual à da parte externa das Plantas.

O solo pode
ser modelado como mais Vos agradar. Geralmente mais baixo à frente e subindo para a rectaguarda, já que há Plantas que necessitam de 10cm de altura de areia para se fixarem em condições.









Na foto à esquerda a energia luminosa

Na foto à direita o O2 e o CO2
E nesta foto a importância dos Minerais

Nestas imagens a sera deixa o Ciclo de Vida das Plantas de forma resumida.

O enriquecimento orgânico, num aquário normal e já povoado, será progressivo. Mas um aquário recém-instalado deverá ser ‘enriquecido’ com alguma coisa que permita a nutrição através das raízes (isto no caso de não terem adquirido e aplicado o sera floredepot).

Vários tipos de adubo são permitidos para um bom início, desde que garantam a ausência de Fosfatos na respectiva composição. Obtive bons resultados com o sera florena, o sera floreplus, o sera florenette e também com o Master Grow da Tropica. Basta um conselho do seu fornecedor que aliado às Vossas possíveis experiências anteriores, sem esquecerem que o Ferro é essencial, o que Vos permitirá adquirir produtos de média/alta qualidade.

As Substâncias Nutritivas:
Para se desenvolverem, como já referido, as Plantas necessitam de numerosas substâncias minerais existentes de uma forma Natural nos locais (Biótopos) de origem, que devem ser distribuídos de uma forma equilibrada nos aquários.

Uma parte dessas substâncias é fornecida pelas bactérias ao o nível da filtragem. Mas os compostos azotados aí originados, nomeadamente os Nitratos (NO3), são geralmente superiores às exigências das Plantas, que só consumirão uma parte deles, sendo os excedentes uma das causas do aparecimento de algas indesejáveis. Por isso a eliminação dos mesmos com as mudanças de água regulares torna-se essencial, não devendo ser ultrapassada a concentração de 80mg/l (fácil de quantificar com o sera teste-NO3).

Outros elementos como o Ferro (Fe) ou o Potássio (K), desempenham um papel importante no crescimento das Plantas. São ràpidamente absorvidos pelas Plantas e estão geralmente em pequenas quantidades nos aquários. A ausência de Ferro, por exemplo, provoca a Clorose (amarelecimento) das folhas, que acabam por apodrecer. O uso regular de adubos correctamente doseados deverá ser suficiente para colmatar estes problemas (e volto a lembrar o sera florena e o sera floreplus, conjugados com o sera teste-Fe).

E agora lá vou eu por indicações que não agradam a marca nenhuma. Devem utilizar o Ferro sob uma forma dita chelatada (EDTA) que permite a não oxidação do mesmo, e, portanto, a sua total assimilação. No mercado farmacêutico existiu em tempos o ‘Fumafer’, pastilhas, a que podem sempre recorrer se acharem que os produtos que utilizam não Vos satisfazem, que deu muitos resultados documentados na revista ‘Aquarama’ que realçava as vantagens na reprodução das Molly de Véu. Existem no mercado bons testes de Ferro (já mencionei um linhas atrás) de fácil leitura e que Vos permitirão quantificar a concentração ideal quer para as Plantas quer para os Peixes (Vivíparos especialmente).

Resumindo: das diversas hipóteses existentes saliento os Adubos líquidos, de fácil absorpção pelas folhas das Plantas, e, os Adubos em pastilhas, que são absorvidos principalmente ao nível das raízes.















Aqui ao lado podem observar a linha de excelente qualidade de adubos líquidos: o sera flore daydrops para uso diário, e o sera florena, bem como as pastilhas sera flore plus e o sera florenette A





Um aquário bem plantado poderá não ser a casa ideal para os Vossos Peixes (um exemplo concreto são os aquários ‘tipo Holandês’) mas é motivo de orgulho e beleza. Como qualquer ser vivo, as Plantas e os Peixes em cativeiro, devem ser olhados com respeito, e, se assim for, a Aquariofilia continuará a ser uma opção fascinante o que levará a que ganhe cada vez mais Amigos e Apaixonados.


marioadearaujo@gmail.com













































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